A cigarrinha do milho é uma preocupação constante do produtor rural, mas nesta safra a praga veio com ainda mais força. O assunto permanece no foco dos produtores todos os dias, por isso, estamos sempre trazendo mais informações sobre a praga que tem tirado o sono dos agricultores.
O seguro é uma das questões envolvendo a cigarrinha, por isso fomos saber se o pagamento pode ser negado em caso de perdas causadas pela cigarrinha, Francielly Sabadini, é advogada especialista em agronegócio e falou sobre a resolução do Banco Central em relação ao assunto : “Um assunto que vem tirando o sono do produtor. É o indeferimento do seguro em razão dos danos ocasionados pela cigarrinha do milho. Se você produtor, enquadrado no programa de garantia da atividade agropecuária, o Proagro teve seu seguro indeferido pelo entendimento de que o programa não ampara danos pela cigarrinha, eu tenho uma ótima notícia pra você. Embora o programa não cobrisse perdas por doenças e pragas, esse entendimento mudou, porque atualmente não existe nenhum método difundido de reparação que seja tecnicamente e economicamente possível. Dessa forma, se você produtor teve o seu seguro indeferido, pode estar pedindo a revisão”, explica a advogada.
Quem também acompanha essa questão do seguro de perto é a Embrapa, inclusive a pesquisadora Dagma Dionísia da Silva falou sobre o assunto durante visita ao Oeste paranaense. Ela explica que a Embrapa tem a responsabilidade de repassar as questões técnicas sobre a cigarrinha, mas não pode intervir na questão do seguro: “A Embrapa não pode lançar uma nota cobrando o seguro. O que a gente pode é balizar
a parte técnica a pedido às vezes do Banco Central, do Ministério da Agricultura e a gente faz simplesmente a parte técnica, explicando de forma científica os problemas advindos tanto da cigarrinha quanto dos enfezamentos. Mas chegar e pedir uma legislação diretamente a gente não pode”, detalha Dagma.
Luciano Viana Cota, também é pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo e afirma que já elaboração de um novo documento que será enviado ao Banco Central: “A questão do seguro, a gente está trabalhando em um documento a a pedido do Banco Central. Não somente para enfezamento em milho, mas eles elencaram lá umas sete, oito culturas para a equipe da Embrapa fazer um levantamento a identificação de pragas, doenças que são de importância econômicas que justifique incluírem essas cláusulas de cobertura do seguro”, explica o pesquisador.
Ricardo Hilman é representante do Mapa, e falou sobre as medidas que já estão sendo tomadas com relação a cigarrinha: “O Ministério da Agricultura está tomando duas medidas básicas: Primeiro, a cigarrinha, está na lista de prioridade de pragas do Ministério da Agricultura. O que que isso quer dizer? O Ministério da Agricultura liberou uma lista de pragas prioritárias e essas pragas prioritárias terão prioridade na análise, na liberação, na extensão de uso de produtos químicos, de agrotóxico, de defensivos agrícolas. Além disso, muitos híbridos uns são mais tolerantes, outros menos tolerantes ao complexo enfezamentos. Então, o Ministério da Agricultura já iniciou esse trabalho. Atualmente mais da metade das cultivares de milho com registro no RNC, no registro nacional de cultivares, não possui informações sobre a reação aos complexos de enfezamentos. Então o Ministério da Agricultura vai rever as normas para que todo o registro de proteção de novas cultivares e das atuais também sejam revisados para que esses dados estejam disponíveis e com isso vocês tenham o maior poder de decisão na hora de escolher os híbridos que vocês queiram utilizar”, finaliza Ricardo.
(Débora Damasceno/Sou Agro)